Pois tenho que confessar que Etienne sempre foi um projecto, que não tendo muito a ver com o tipo de electrónica que ouço, me suscitou bastante curiosidade, ora pela fantástica imagem que sempre acompanhou as tours, ora pelo live act analógico!
Com uma maravilhosa sinergia entre imagem e electrónica analógica pura e dura comandou as hordes de pessoas ansiosas de diversão (já que o festival até então foi uma disparatada palhaçada) durante pouco mais de uma hora, mas muito bem aproveitada!
Com um sintetizador de luz/imagem conectado com os sintetizadores de som, o já muito comentado "cubo do etienne" foi simplesmente delicioso, hipnotizante e... hm... incomodativo para quem tava a ver mais do que devia!
Um espectáculo verdadeiramente inspirador para os fãs da música analógica! Até músicas muito famosas e "gastas" dos 90´s ali foram apresentadas "live" com uma roupagem muito actual e moderna, perdendo assim os nicks de "faixas de techno parolo"! Aconselho vivamente que vejam no "youtube" alguns vídeos da tourneé para que percebam melhor o que se passou e continuará a passar ao longo da mesma.
Agora... eu que até sou um grande céptico do chamado Djing, que muitas vezes não passa de um MDing (Mete-Discos), fiquei estupidamente impressionado com o do Trentemöller! Também com imagem a sustentar o espectáculo, conseguiu com uma hora e meia de energia frenética mais do que muitos "live acts" que vi este ano!
Com uma presença que se dividia entre uma profissionalíssima técnica e uma enorme satisfação por tar ali, hipnotizou todo um pavilhão, mais ainda que Etienne! Muitas brincadeiras complexas com um processador de efeitos arriscavam a perda de groove e fluidez da dança, mas conseguiram sempre manter-se lúcidas e efectivas, como se o Dj em questão exigisse ter ali no meio do set uns momentos só para ele, mas não se esquecendo que tava ali mesmo, para entreter um público!
Dusty Kid, foi, pelo menos para mim e para quem me acompanhava, uma fantástica surpresa! Com uma atitude bastante experimental, até em termos da projecção vídeo, esta também muito bem pensada e sincronizada com o som, mesmo que este parecesse impossível de ter sinergia fosse com o que fosse neste planeta, e quem sabe até, nesta galáxia! O senhor, que mais parecia uma criança da juventude hitleriana, deu-se ao luxo de passar uma horinha a torcer neurónios a quem ainda tava "on fire"... talvez achasse que deviamos já tar na caminha... quem sabe! Explorou muitas coisinhas que já não s ouvem actualmente, mas que já se começam a remexer... como "acid music", "industrial", "rave"... sempre bem balançadas com passagens ambientais muitíssimo psicadélicas! Marca-me neste senhor, para além da originalidade e do enorme profissionalismo em intensidades e ambiências, a FALTA DE MESERICÓRDIA pelos meninos/as mal comportados e a sua faixa "cat" que é simplesmente deliciosa para quem foi em tempos afectado pela "acid music", e que reza assim:
"EVERYTIME, EVERYDAY, ANYWAY... ACID"