Opinião de um lagarto na net...
Enviado por David Leão a 06 de Maio de 2012, às 04:31.
Hoje assistiu-se a mais um triste episódio da arbitragem portuguesa. Infelizmente, esperava outra coisa do Proença. Julgava-o um árbitro mais inteligente, mas enganei-me. Sou do Sporting e confesso que compreendi o ódio que os benfiquista nutrem por este senhor do apito.
O Sá Pinto vem dizendo que em jogos como este “os pormenores fazem a diferença”, e a verdade é que foi isso que se viu hoje. Os “pormenores” proencioanos fizeram toda a diferença. Não está em causa, que o Sporting merecia ganhar, quiça mesmo com onze poderia perder, mas pelo que vi dificilmente isso aconteceria. Os portista podem vir dizer que sim, que foi justo, que somos todos parciais, e puxamos para o nosso lado. A verdade é que sem o tal empurrãozinho o Porto não tinha feito a festa hoje e talvez nem a fizesse de todo. Aos benfiquistas digo que tiveram razão pelas criticas que fizeram à arbitragem, mas que não tiveram sempre razão. Não é por ser do Sporting que sonho com competições onde a verdade desportiva prevaleça. No inicio do campeonato o Sporting foi escandalosamente roubado, não sei se isso tem a ver com a luta Norte-Sul, mas acho que tentaram cortar logo pela raiz a euforia que se começava a levantar para os lados de Alvalade. Uma luta a 3 poderia ser muito difícil de controlar, o Braga só vinha pelo meio para atrapalhar. O campeonato ficou manchado por muitos casos, demais. Nesse momento que Sporting se insurgiu contra as verdade desportiva, a posição do Benfica e dos benfiquistas em geral, foi a de desprezo e repúdio pela posição do Sporting, mas quando o mal lhes bateu à porta...
Quem vê a ficha do jogo de hoje, sem ter visto o jogo, dirá: o jogo foi uma batalha campal. Na verdade foi um jogo relativamente correcto, mas com um árbitro com a mão leve. É normal que nos sintamos injustiçados, quando um jogador nosso faz duas faltas, nas quais a primeira nem existe, e leva vermelho. Ainda mais, quando em cima disso, o Proença nos expulsa o Polga, sem que se compreenda esse critério. O Sporting foi altamente lesado, digam o disseram, às vezes há coisa que parecem que não são por acaso. Confesso que quando vi o vermelho ao Polga me lembrei do tal de Bruno Paixão. A verdade desportiva em Portugal nunca existirá, principalmente enquanto houver dirigentes como Pinto da Costa, Vieira, Bartolomeu, Cristóvão, Vitor Pereira, e o incógnito Fernando Gomes. Os árbitros são instrumentos, que servem outros interesses, estão lá para regular o encadeamento dos acontecimentos, que mesmo usurpados de verdade, se transformam em verdades absolutas. Não me venham com a questão do erro humano. O repetição das decisões favoráveis ao Porto, por parte do Proença, são premeditadas, tão premeditadas como as arbitragens do B. Paixão contra o Sporting e afins. Eu sempre fui da opinião, e realmente ainda não compreendo, como pôde o Benfica apoiar a candidatura de Fernando Gomes para a presidência da federação. O Porto neste capitulo sempre se manteve à parte. Alguém acredita que um ex-administrador da SAD do Porto teria virado costas ao seu patrão? Lembram-se de Luca Brasi? A personagem de Godfather I, que é enviado pelo chefe Corleone, para se fazer amigo da família rival, mostrando o seu descontentamento para com o seu patrão? Julgo que as semelhanças são por demais evidentes, com a situação das eleições da federação, com a diferença que neste caso o golpe surtiu efeito e o peixe mordeu o isco. As semelhanças de Pinto da Costa com o Don Corleone também são por demais evidentes. Inveja-se a longevidade do senhor, é verdade que pôs o Porto no mapa do futebol nacional e depois internacional, mas a que custo? Este ano foi mais um exemplo entre tantos outros. O Benfica também se foi abaixo, é certo, mas este campeonato ficará na retina como o campeonato das greves dos árbitros e uma imensidão de erros de arbitragem, que só vêm estragar o que já é frágil – a qualidade dos espectáculos de futebol. Isto só faz com que as pessoas fiquem em casa e o nosso campeonato gere cada vez menos dinheiro. As pessoas deixaram de acreditar na justiça do estado, tribunais, quanto mais na do futebol. Toda a gente sabe o que se esconde por detrás dos resultados. Ou melhor, suspeitamos, mas talvez ainda seja pior que a nossa imaginação. Mas esta questão está longe de ser apenas portuguesa. Em Espanha depois do choradinho do Barcelona em Março, ainda quando estavam a 10 pontos do Real, Rossell encontrou-se com Villar em Madrid, e a seguir a esse encontro os Penalties triplicaram, com casos escandalosos como contra o Levante, Málaga e hoje com o Espanyol. Bem sem falar nos jogos da champions, e da Europa League. Todo o futebol está envolto num manto de suspeição, mesmo a FIFA (com os seus Qatars e Rússias). Salva-se a Premier League, e Bundesliga (desconheço a actualidade do Cálcio), para honrar o futebol.
É triste que amantes de futebol, como no fundo todos somos, percamos o nosso tempo a falar de arbitragens, quando poderíamos falar de tácticas, jogadores e daquilo que realmente interessa no futebol. Eu preferia estar aqui a falar de uma derrota justa do meu clube, de como aprecio o futebol do Barça, de como o Messi é incrível, ao invés das suspeições que se levantam por detrás destes factos. Infelizmente o futebol deixou de ser somente um desporto, passou a ser um negócio que envolve demasiados interesses. Não será certamente esta questão que irá apagar a nossa paixão por este desporto, até porque enquanto adeptos somos facilmente iludíveis, como uns espectadores que se sentam numa sala de cinema, que mesmo sabendo como o filme acaba, omitem inconscientemente essa questão, e temem a cada batalha pela vida do protagonista, sabendo que ele vencerá no final.
O futebol é um desporto fantástico, e seria também fantástico apreciar um futebol sem a massa de dirigentes que neste momento empobrece os nossos clubes. O Porto ganharia sem Pintos da Costa, o Benfica ganharia sem Vieiras e o Sporting sem Cristóvãos. Acima dos clubes, ganharia o futebol em geral e o português em particular.