Estive em Astral Projection em Lisboa e gostaria de comentar algumas das coisas que aqui foram escritas.
Primeiro, estou em desacordo quanto á opinião que o set dos astral não foi um live. Ou seja: pelo facto de não utilizarem Nord Leads, Rolands, e afins, faz deles uma farsa? Afinal quantos artistas estão a substituir os tais analógicos virtuais (aproveito para referir que estes foram criados em 1995, em substituição dos sintetizadores modulares utilizados nos primórdios do Trance) por laptops com plugins e aplicações de áudio digital. Por acaso já ouviram falar de ProTools e Cubase? Esta substituição não é ao acaso, pois estas aplicações são muito mais fáceis de manipular ao vivo e a margem de erro é muito menor.
Em muitos casos, os Nord Leads e afins, estão lá como backup; caso a placa do computador queime, etc. Talvez sejam estes os casos que alguns referem como live PA que “berram” a meio...
O que me parece, e desde já as minhas desculpas caso isto vá ofender alguém, é que muitos músicos portugueses continuam agarrados a máquinas que vão ficando cada vez mais ultrapassadas e depois acham que os outros (porque recorrem a novos métodos de tocar ao vivo) estão a aldrabar o publico.
No que respeita ao set dos Astral, apenas tive oportunidade de observar o ecrã do laptop por duas ocasiões, e em ambas consegui ver as aplicações a correr... enfim, o que dizer...
Em segundo, realmente foi notório que os Altral Projection estavam num estado lastimável. Mas de quem será a culpa? Uma vez ouvi um tour manager que dizia: os músicos são como as crianças, precisam de babysitting. Ou seja: a organização não terá a sua parte de culpa? Na falta de um tour manager que tenha os músicos sob controle, não cabe à organização a responsabilidade naquilo que os músicos bebem ou metem? A meu ver, eles foram um bocado ingénuos, acharam que estavam entre boa gente e foram bebendo e metendo tudo o que lhes ofereciam. Depois o resultado foi o que se viu...
Por último, queria dizer ao D-Maniac uma coisa: entendo pelos teus comentários, embora que de uma forma dissimulada, pretendes dizer que foste o rei da festa. Procura o reconhecimento pelo que fazes, não pelos erros dos outros.
Este tópico leva-me a concluir uma coisa: o carneirismo em Portugal é transversal; atravessa todas as classes e estratos sociais. É uma pena.
Fiquem bem!