Cada um defende a sua opiniao, pessoal e moral do assunto, cada "lado" se se pode chamar assim, tem as suas razões, no entanto, acredito que esta defesa moral, está desfazada do que é de facto, a realidade do referendo, que todos iremos votar.
Para além, do que achamos e defendemos sobre se DEVE ou NÃO. Temos de ver esta questão integrada nos dias que vivemos. Ir a Espanha fazer esta intervenção é legal e está disponivél para todas, nada impede uma mulher de fazê-lo.
Esta é que é a questão fundamental. Hoje uma mulher, só precisa de se deslocar ao vizinho do lado e fá-lo, mesmo que em portugal continuemos a penalizar.
Este refendendo, afecta as mulheres que não o podem fazer, em terras lusas, são todas as mulheres que não têm posses monetárias para o fazer. Esta é a pergunta que nos fazem. É sobre estas mulheres que estamos a falar e não de quem tem a possibilidade para o fazer. Esta é a injustiça, são estas as pessoas, que podemos alterar a sua condição, quando formos votar, independentemente se consideramos éticamente correcto.
Claro que nos perguntamos, se a despenalização, nao irá transformar o aborto, em algo banal. É muito questionavél, não acredito que se deva negar uma vida, até por muitas mulheres passam por uma grande e difícil decisão, muitas não se sentem preparadas para ter um filho, mas quando ele nasce e o têm nos braços mudam radicalmente de opinião.
Fica necessário criar instituições de apoio, podemos salvar muitas mulheres, muitas vidas, criando condições, ou seja, locais apropriados, onde se sintam apoiadas, onde possam receber esclarecimentos, com médicos, psicólogos devidamente preparados. Ao invés da marginalidade que existe e sempre existiu. Porque quem está verdadeiramente afectado pela penalização são todas as mulheres que não têm apoio.
Trata-se de justiça social, por muito que queiramos defender a nossa própria moral, ao fim ao cabo é essa a verdadeira questão.