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Jazz Em Agosto 2007


bioteck
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Pianos, baixos, tubas & vozes é o leito condutor no qual a coerência programática do Jazz em Agosto 2007 assenta, apresentando conteúdos inéditos em palcos portugueses, como tem sido habitual na sua existência de 23 anos. Sem intuitos de profecia, o Jazz em Agosto reflecte parte do que se pode considerar inovador nas práticas do jazz circunscritas aos centros urbanos onde elas proliferam criativamente quer nos E.U.A. quer na Europa. Retrato do jazz que hoje se faz, diversidade, critérios artísticos fundamentados, riscos calculados e rigor técnico continuam a ser evidenciados no Jazz em Agosto numa época de oferta desmesurada onde mais se procura a lei da uniformização baseada na produção de superfície facilmente captável. São, por conseguinte, direcções aventurosas as que se propõem no Jazz em Agosto 2007, confiando nas audiências que se têm vindo a criar e que se desejam surpreender pelo melhor na sua curiosidade e exigência.

 

Fazendo parte de uma pequena constelação de festivais de jazz internacionais que manifestam o mesmo tipo de leituras e acções, o Jazz em Agosto 2007 é balizado por duas presenças históricas aclamadas e que têm contribuído fortemente para as suas direcções mais visionárias: Muhal Richard Abrams e Ornette Coleman. Estas personalidades, na sua mais íntima asserção, levarão a cabo alocuções/conferências de pleno direito. Dois filmes documentais em estreia portuguesa sobre duas figuras de referência – Albert Ayler (My Name is Albert Ayler, de Kasper Collin, 2005) e Ornette Coleman (Ornette: Made In America, de Shirley Clarke, 1985) – constituirão um acervo audiovisual do Jazz em Agosto 2007 que se pretende doravante instituído.

 

Cabendo dentro das balizas enunciadas, a notável e inovadora actividade europeia continua a marcar presença no Jazz em Agosto 2007: Hubbub de França, expoentes do reducionismo e da desconstrucção; Ronin de Nik Bärtsch, da Suíça, de certo modo inclassificáveis no seu ‘depois’ do pós-modernismo; Crimetime Orchestra, da Noruega, mais um sinal vital do jazz Escandinavo; Quartet Noir, da Suíça, França e E.U.A., monumento de consumadas empatias; Timbre, da Alemanha, Áustria e E.U.A., superlativo quarteto vocal dedicado à improvisação; Joëlle Léandre em solo de contrabaixo, versando autores contemporâneos consagrados. De Portugal,o mais evidente: o duo de Carlos Zíngaro e Jorge Lima Barreto, retomando uma rara parceria; a estreia do projecto Low Frequency Tuba Band, na qual pontifica o excelso Sérgio Carolino, reunindo uma plêiade internacional de instrumentistas afins. Pelo seu lado, o novo projecto do contrabaixista americano Joe Fonda Bottoms Out/Loaded Basses será uma imagem sónica categórica daquilo que o Jazz em Agosto este ano se reclama.

 

Bem-vindos ao Jazz em Agosto 2007 na mais elevada disposição de revitalização das consciências que acreditam que tudo tem que passar pela Arte.

 

 

Infos do calendário em : http://www.musica.gulbenkian.pt/jazz/index.html.pt

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