As Sonoridades Digitais Da Índia Analógica

[Gooyz]

As sonoridades digitais da Índia analógica

 

direto de Nova Délhi, India

 

Os quatro pilares do Taj Mahal e o pilar que Akbar, fez-se construir em Fatehpur Sikri podem mostrar que no norte da Índia existe mistura do hinduismo, mulçumanos e cristianismo.

Na Índia, a musica orgânica eletrônica é hoje em dia a música mais popular dentre as cidades urbanas do norte. A hindi music, bangras e música pop indiana, estão em todos os cantos de Delhi, em todas as rádios FM. Essas músicas em geral são populares, de fácil assimilação e com influência forte no ocidente. As melodias e alguns timbres de instrumentos indianos, fazem ser necessariamente músicas indianas. Geralmente existe uma batida eletrônica, groove, quase um R&B, soul, hip hop, com uma cadência de ritmos populares da índia, com tabla ou dolak, percussões muito usadas em vários estilos de musica na Índia. Outra característica forte é que na maioria das músicas, são vozes femininas bem agudas e melodiosas.

 

Para entendermos melhor, é bom re-ver como uma outra proposta do que vemos no downbeat, trip hop e lounge music, com fusões indianas ou ate asian undergroung. A maior diferença é que as concepções indianas são extremamente pop`s e com produções eletrônicas feitas na Índia, o que gera uma defasagem grande de diferença entre a mesmas feitas na Europa e América. Na Índia a tecnologia é bem defasada, eu sinto que parecem estar nos anos 80 no geral. Claro um país muito subdesenvolvido, com uma economia totalmente inferior, moeda, e desenvolvimento social.

 

 

De qualquer maneira, a música eletrônica dominou a Índia, não apenas em Goa onde nasceu o trance, mas sim na vida diária de todas classes sociais em cidades urbanas. Hoje em dia e na sua maioria das cidades, não se escuta mais musica clássica indiana, os ragas milenares. E sim tentam copiar coisas já manjadas no ocidente e no geral sem sucesso, no sentido de produção e inovação.

 

Mas não tem apenas esse tipo de pop music aqui, também vemos coisas com um potencial de afirmação forte. Porém muito pouco, como os dois irmãos tocadores de sarod, Amaan Ali Bangash e Ayaan Ali Bangash, instrumento indiano de cordas. Já nada popular, mas de boa qualidade de produção, instrumental e cria uma atmosfera que faz fusões entre o asian underground e lounge music.

 

Andando pelas ruas de Delhi, por toda parte a pop music, hindi music, ressoam das casas, carros, bares, restaurantes, lojas e das pessoas cantando. A musica clássica indiana e a lounge music, ficam para quem estuda, para os hotéis. Foi no Ashok Hotel onde aconteceu uma festa dentro do club lounge. A discotecagem foi de ótima qualidade, com chill out e lounge music. Depois entrou uma banda que misturava musica eletrônica, rock e musica indiana, junto aos instrumentos ocidentais como bateria, baixo e guitarra, aos instrumentos milenares indianos como sarangi e tabla.

 

Mas tem quem goste de música clássica indiana por aqui, por sinal muitas pessoas. E quem gosta, gosta mesmo, entende e conhece os ragas milenares. Presenciei um concerto de musica clássica indiana, que por sinal não era um evento nem hindu nem mulçumano. Um evento sufi, feito por parceria com a Espanha, com duas atrações: o sitarista Ustad Shujaat Husain Khan junto ao tablista Sandeep Das. Fizeram um maravilhoso concerto no ”Sri Sathya Sai Internacional Centre Auditorium” em New Delhi, realmente deu para sentir que existe ainda essa energia aqui, com a sala lotada, foi um concerto único para mim.

 

Crédito: Luciano Sallun, escrevendo direto de Nova Délhi, Índia. Sallun, responsável por esta coluna “Chill-Art” , é músico, compositor e produtor, seus instrumentos são o sitar e alúde entre outros instrumentos étnicos, em alguns projetos como Pedra Branca, Liquidus Ambiento e GEM (apenas com instrumentos inventados).

[Psiconauta]

Taj Mahal ou Taj Behem?

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não me importava nada de andar a vaguear por estes caminhos

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nem euuuuu