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esta senhora é minha tia avó e é com muito orgulho q vos venho dar a conhecer a história q conheço desde q nasci d uma humilde ceifeira q com a sua morte veio dar força ao povo para lutar pela liberdade!

Catarina Efigénia Sabino Eufémia (nascida a 13 de Fevereiro de 1928, morta a tiro a 19 de Maio de 1954) foi uma ceifeira alentejana analfabeta que, na sequência de uma greve de assalariadas rurais, foi assassinada, aos 26 anos, pelo tenente Carrajola da GNR em Monte do Olival, Baleizão, perto de Beja, Alentejo. Catarina tinha três filhos, um dos quais de oito meses, que estava no seu colo no momento em que foi baleada.

Catarina Nos tempos que correm, o exemplo de Catarina Eufémia continua a inspirar homens e mulheres que lutam, ainda, pelo fim da exploração, por uma sociedade mais justa e fraterna.

 

 

Foi a 19 de Maio de 1954, no começo das ceifas, numa luta por melhores jornas, nas redondezas de Baleizão, onde o famigerado Carrajola, um tenente da GNR de Beja, num acto de ódio criminoso, assassinou Catarina com uma rajada de metralhadora. Por lutar por melhores jornas!

 

Os trabalhadores agrícolas de Baleizão estavam em greve, reivindicavam melhores jornas nas ceifas. A GNR tinha a aldeia cercada. Próximo dali, um rancho, arregimentado pelo agrário, «furou» a greve. Catarina e mais 14 companheiras(uma delas a minha avó) romperam o esquema da GNR e foram ao encontro do grupo que ceifava. Foram interceptadas pelo tenente Carrajola que as questionou, cheio de ódio, sobre o que queriam elas. Catarina respondeu: «Quero pão para matar a fome aos meus filhos!» Em resposta, o criminoso Carrajola disparou uma rajada de metralhadora, matando Catarina,q estava gravida...

Este bárbaro crime provocou profunda dor e revolta no Pais, em particular na região de Beja e na terra baleizoeira. O fascismo matava homens e mulheres por lutarem por Pão e Trabalho, pela Liberdade e pela Democracia.

 

Uma das fortalezas alentejanas da resistência antifascista, Baleizão, era onde o PCP, na clandestinidade, contava com forte influência e onde as mulheres comunistas tinham uma activa militância na luta revolucionária contra a ditadura salazarista, na luta pela Liberdade.

 

Há gente que não gosta do PCP e procura negar que Catarina fosse militante do Partido. É necessário dar luta contra essas mentiras. Catarina Eufémia era não só militante, desde 1953, como era também membro do Comité Local de Baleizão do PCP e um dos seus membros mais activos.

 

 

Catarina Eufémia tornou-se um nome querido e respeitado, não só entre os militantes comunistas mas entre muitos milhares de portugueses e portuguesas. Não é por acaso que, ao longo destes 49 anos, largas centenas de pessoas dos vários cantos do País vão todos os anos, em Maio, ao comício do Partido em homenagem à camponesa de Baleizão.

 

O nome de Catarina está gravado na longa história do Partido comunista portugues. Catarina é uma mártir da resistência antifascista e um símbolo da coragem na luta sem tréguas contra a ditadura, pelo Pão, pelo Trabalho, pela Liberdade e pela Democracia em Portugal.

 

tenho pena d nunca a ter conhecido,a minha avó conta esta história 50 mil milhoes d vezes sem s cansar e sempre igual! foram tempos dificeis diz ela,tempos d muito trabalho e muita fome tempos onde uma sardinha tinha q dar para 4 e era quando havia sardinhas senao contentavam-s com azeitonas e pao duro... :(

“Embora os problemas do mundo sejam cada vez mais complexos, as soluções permanecem embaraçosamente simples”.

Bill Mollison

 

aldeiadovale.com - Instituto de Agroecologia e Permacultura Portugal 

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foram tempos dificeis diz ela,tempos d muito trabalho e muita fome tempos onde uma sardinha tinha q dar para 4 e era quando havia sardinhas senao contentavam-s com azeitonas e pao duro... :(

Não só os meu avôs passaram por isso... como também o meu pai e não é assim tão velho, tempos díficeis, sim é verdade...

 

... mas o meu pai ainda me conta hoje que por vezes isso também acontecia um pouco pelo ganância, tinham outros animais e trocavam-nos por toucinho gordo que nem se podia comer, as galinhas vendiam-nas para comprar terras... claro que a pobreza ainda era muita, mas preferiam passar fome para poderem alimentar-se de terras! ;)

Está tudo tão perfeito...

penaram muito para estar-mos agora como estamos... :( nunca m faltou nada...(ainda bem) mas infelismente muitas vezes nao sabemos dar o valor ás coisas principalmente oas nossos pais,q deram tudo por tudo para estarmos aqui onde estamos hoje! os meus louvores a todos os verdadeiros lutadores,pois nem a fome nem a miséria nem o frio nem o calor nem o cansasso e muitas vezers a porrada e a repressao os mandou a baixo! esses sim merecem todo o respeito do mundo! esses sao o verdadeiro POVO! :)

“Embora os problemas do mundo sejam cada vez mais complexos, as soluções permanecem embaraçosamente simples”.

Bill Mollison

 

aldeiadovale.com - Instituto de Agroecologia e Permacultura Portugal 

Reza a minha mãe, sempre de lágrimas nos olhos, como aliás eu, quando a repito...:

Foi no fúneral de Catarina Eufémia, onde os meus pais, como defendores ferranhos da liberdade que são, fizeram questão de ir apresentar respeitos e consideração à sua camarada, que os guardas da GNR de armas em mão, gritaram em tons de agressão, que só poderia entram no cemitério quem tivesse flores para pôr na campa... Então, minha mãe, mais uma brava a juntar-se aos bravos, que trazia ao peito um ramo de flores, distribuiu quantas tinha, uma por pessoa, em aberto desafio, e a palavra foi cumprida... todos quantos as tinham, flores, tiveram entrada.... e carpidaram o quanto queriam...

Que nunca sejam esquecidos estes tempos de repressão, para que nunca o voltem a ser....

E VIVA A LIBERDADE !!!

"In the absence of light, darkness will prevail..."

No meio da tristeza , alegra-me saber que temos muitos pontos em comuns.

 

Faço do meu post uma homenagem a todos os nossos familiares que lutaram e morreram pela nossa Liberdade.

CANTAR ALENTEJANO

Vicente Campinas*

 

 

Chamava-se Catarina

O Alentejo a viu nascer

Serranas viram-na em vida

Baleizão a viu morrer

 

Ceifeiras na manhã fria

Flores na campa lhe vão pôr

Ficou vermelha a campina

Do sangue que então brotou

 

Acalma o furor campina

Que o teu pranto não findou

Quem viu morrer Catarina

Não perdoa a quem matou

 

Aquela pomba tão branca

Todos a querem p’ra si

Ó Alentejo queimado

Ninguém se lembra de ti

 

Aquela andorinha negra

Bate as asas p’ra voar

Ó Alentejo esquecido

Inda um dia hás-de cantar

 

* Este poema foi musicado por José Afonso, no álbum «Cantigas de Maio», editado no Natal de 1971

“Embora os problemas do mundo sejam cada vez mais complexos, as soluções permanecem embaraçosamente simples”.

Bill Mollison

 

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