gandharva Posted June 9, 2010 Share Posted June 9, 2010 Morte de ex-freira em Gaia sem culpado por proibição legal de utilização de provas. Suspeito saiu em liberdade Uma norma do Código de Processo Penal que proíbe os juízes de valorarem declarações proferidas durante a investigação, quando o arguido optar pelo silêncio no julgamento, foi determinante para a absolvição, ontem, terça-feira, do suspeito da morte de uma ex-freira em Gaia. Afonso E., 41 anos, estava detido e tinha sido acusado pelo Ministério Público de matar, por asfixia, Maria Conceição Pessoa e de profanar o seu cadáver, atirando-o para o fundo de um poço, no início de Novembro de 2008. A vítima tinha sido também professora primária, era solteira, não tinha filhos e queria vender a sua casa em Sandim, Gaia, para ir viver para um lar em Fátima. Como principais indícios da autoria do crime, a Polícia Judiciária (PJ) tinha uma escuta telefónica em que o arguido descreveu o crime em conversa com uma mulher; uma confissão do arguido, inclusive a indicação do local preciso para onde foi lançado o corpo; uma carta assinada pelo suspeito; e ainda tentativas de levantamento de dinheiro da idosa através de cheque e cartão multibanco, documentadas através de escutas e imagens de videovigilância. Ainda assim, ao juiz de instrução criminal, Afonso, vizinho da vítima, confessou, apenas, a profanação do cadáver, encontrado em 18 de Dezembro, por indicação do próprio suspeito. Na óptica da investigação, o móbil do crime teria sido a recusa da ex-freira e professora primária em vender a sua casa, por um preço pretendido pelo arguido. Feita a autópsia, porém, não foi determinada a causa exacta da morte, dado o adiantado estado de decomposição do corpo. Só que, no julgamento no Tribunal de Gaia, o suspeito optou pelo silêncio. E, de acordo com o Código de Processo Penal, quando o arguido faz uso desse direito, o tribunal não pode utilizar contra ele a sua confissão perante a PJ. Como prova sobrou, portanto, a escuta e o testemunho dos inspectores da PJ sobre a indicação, do arguido, do poço para onde foi atirado o cadáver. "Não há justiça em Portugal" "Perante este impasse", explicou a juíza Maria do Rosário Martins, e mediante a "proibição de valoração de declarações no inquérito", o tribunal "não pode concluir que, por saber onde está o corpo, foi ele que matou". Até porque a autópsia foi inconclusiva quanto à morte, que tanto poderia ter ocorrido por causa violenta ou natural. O mesmo juízo de insuficiência de prova foi feito quanto ao furto dos cheques de Maria Conceição Pessoa. Resultado: Afonso E. acabou condenado a apenas oito meses de prisão, com pena suspensa, apenas por ilícito de profanação de cadáver, e a pagar 500 euros de indemnização à irmã da falecida, por danos morais. O arguido foi de imediato libertado, saindo do Tribunal de Gaia pelo próprio pé, acompanhado de amigos. A família da vítima reagiu com indignação. "Isto é miserável. Pode-se matar e fazer tudo. Não há justiça em Portugal", protestou, ao JN, Arlindo Silva Lopes, primo da ex-freira e professora. O advogado da família da ex-freira vai ponderar um recurso com vista à condenação por homicídio. "Por que o arguido havia de esconder o corpo de alguém que não matou? Não deveria ter sido tirada a devida ilação?", questionou. ....................................................................................................................................... Cada vez mais as instituições que deviam de ser o garante do comum dos Mortais são Aquelas que estão de mãos e pés atados para fazer algo pelo Bem Comum pela "...Coisa Pública..." I guess part of me or a part of who I am, a part of what I do Is being a warrior - a reluctant warrior, a reluctant struggler But... I do it because I'm committed to life We can't avoid it, we can't run away from it Because to do that is to be... cowardice- To do that is to be subservient... to devils, subservient to Evil and so that the only way to live on this planet With any human dignity at the moment is to struggle. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Zink Posted June 9, 2010 Share Posted June 9, 2010 Ao que chegámos!... Facebook Link to comment Share on other sites More sharing options...
yoda Posted June 9, 2010 Share Posted June 9, 2010 Quem nada deve, nada teme .. se o gajo se recusa a falar, não há-de ser por ser inocente .. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Dr Faguntes Posted June 9, 2010 Share Posted June 9, 2010 Ainda não percebi se estão a condenar o trabalho da PJ, a decisão do Juíz ou esta norma do Código Penal (que por algum motivo está consagrada no Direito Penal de praticamente todo os países desenvolvidos). On 03/05/2012 at 15:55, spock said: Na verdade os campeões fomos nós....voces são de outro campeonato! Link to comment Share on other sites More sharing options...
gandharva Posted June 10, 2010 Author Share Posted June 10, 2010 Ainda não percebi se estão a condenar o trabalho da PJ, a decisão do Juíz ou esta norma do Código Penal (que por algum motivo está consagrada no Direito Penal de praticamente todo os países desenvolvidos). Não se trata de condenar ou deixar de, trata-se se constatar que a justiça e particularmente a Portuguesa tem um longo percurso a fazer, e são os próprios intervenientes a dizê-lo, PJ, Ministério Público, Juízes, Advogados... I guess part of me or a part of who I am, a part of what I do Is being a warrior - a reluctant warrior, a reluctant struggler But... I do it because I'm committed to life We can't avoid it, we can't run away from it Because to do that is to be... cowardice- To do that is to be subservient... to devils, subservient to Evil and so that the only way to live on this planet With any human dignity at the moment is to struggle. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Zink Posted June 10, 2010 Share Posted June 10, 2010 Ainda não percebi se estão a condenar o trabalho da PJ, a decisão do Juíz ou esta norma do Código Penal (que por algum motivo está consagrada no Direito Penal de praticamente todo os países desenvolvidos). Não se trata de condenar ou deixar de, trata-se se constatar que a justiça e particularmente a Portuguesa tem um longo percurso a fazer, e são os próprios intervenientes a dizê-lo, PJ, Ministério Público, Juízes, Advogados... Evidentemente! Facebook Link to comment Share on other sites More sharing options...
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