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Necronomicon


Satthyia
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Necronomicon - O Livro Proíbido dos Mortos

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O Necronomicon (literalmente: "Livro de Nomes Mortos") foi escrito em Damasco, por volta de 730 d.C., sendo sua autoria atribuída a Abdul Alhazred. Ao contrário do que se pensa vulgarmente, não se trata de um grimoire (ou grimório), livro mágico de encantos, mas de um livro de histórias. Escrito em sete volumes.

No original, chegou à cerca de 900 páginas na edição latina, e seu conteúdo dizia respeito à coisas antigas, supostas civilizações anteriores à raça humana, numa narrativa obscura e quase ilegível.

Abdul Alhazred nasceu em Sanaa, no Iêmen, tendo feito várias viagens em busca de conhecimento.

Dominando vários idiomas, vagou da.Alexandria ao Pundjab, na Índia, e passou muitos anos no deserto despovoado ao sul da Arábia. Embora conhecido como árabe louco, nada há que comprove sua insanidade, muito embora sua prosa não fosse de modo algum coerente. Alhazred era um excelente tradutor, dedicando-se a explorar os segredos do passado, mas também era um poeta, o que lhe permitia certas extravagâncias na hora de escrever, além do caráter dispersivo. Talvez isso explique a alinearidade do Necronomicon. Alhazred era familiarizado com os trabalhos do filósofo grego Proclos(410-485 d.C.), sendo considerado, como ele, um neo-platônico. Seu conhecimento, como o de seu mestre, inclui(matemática, filosofia, astronomia, além de ciências metafísicas baseadas na cultura pré-cristã de egípcios e caldeus. Durante seus estudos, costumava acender um incenso feito da mistura de diversas ervas, entre elas o ópio e o haxixe. As emanações desse incenso, segundo diziam, ajudavam a "clarear" o passado.

É interessante notar que a palavra árabe para loucura(majnum) tem um significado mais antigo de "djinn possuído". Djilms eram os demônios ou gênios árabes, e Al Azif, outra denominação para o livro de Alhazred, queria dizer justamente "uivo dos demônios nocturnos".

Como determinar o limite entre a loucura e a sabedoria?

Semelhanças entre o Ragnarok, mito escandinavo do Apocalipse, e passagens do Al Azif sugerem um vínculo entre ambos. Assim como os djinns árabes e os anjos hebraicos, os deuses escandinavos seriam versões dos deuses antigos. Ambas as mitologias falam de mundos sendo criados e destruídos, os gigantes de fogo de Muspelhein equivalem aos anjos e arcanjos bíblicos, ou aos gênios árabes, e o próprio Surtur, demônio de fogo do Ragnarok, poderia ser uma corruptela para Surturiel, ou Uriel, o anjo vingador que, como Surtur, empunha uma espada de fogo no Juízo Final. Da mesma forma, Surtur destrói o mundo no Ragnrok, quando os deuses retornam para a batalha final. Embora vistas por alguns com reservas, essas ligações tornam-se mais fortes após recentes pesquisas que apontam o caminho pelo qual o Necronomicon teria chegado à Escandinávia. A cidade de Harran, no norte da Mesopotâmia, foi conquistada pelos árabes entre 633 d.c. e 643 d.c. apesar de convertidos ao islã, os harranitas mantiveram suas práticas pagãs, adorando a Lua e os sete planetas então conhecidos. Tidoa como neo-platônicos, escolheram, por imposição, da religião dominante, a figura de Hermes Trimegisto para representa-los como profeta. Um grupo de harranitas mudou-se para Bagdá, onde mantiveram uma comunidade distinta denominada sabinos. Alhazred menciona os sabinos .Era uma comunidade instruída, que dominava o grego e tinha grande conhecimento de literatura, filosofia, lógica, astronomia, matemática, medicina, além de ciências secretas relativas às culturas árabe e grega. Os sabinos mantiveram sua semi-independência até o século XI, quando provavelmente foram aniquilados pelas forças ortodoxas islâmicas, pois não se ouve mais falar deles à partir do ano 1000. No entanto, por volta de 1041, o historiador Miguel Psellus conseguiu salvar uma grande quantidade de documentos pertencentes aos sabinos, recebendo-os em Bizâncio, onde vivia. Quem levou esses documentos de Bagdá para Bizâncio permanece um mistério, mas é certo que o fez tentando preservar uma parte da cultura dos sabinos da intolerância religiosa da época.

Psellus, que além de historiador era um estudioso de filosofia e ocultismo, juntou o material recebido num volume denominado "Corpore Hermeticum". Mas haviam outros documentos, inclusive uma cópia do Al Azif, que ele prontamente traduziu para o grego.

Por essa época, era costume os imperadores bizantinos empregarem guarda-costas vikings, chamados "varanger". A imagem que se tem dos vikings como bárbaros semi-selvagens não corresponde à realidade, eram grandes navegadores que, já no ano mil, tinham dado inicio a uma rota comercial que atravessaria milhares de quilômetros, passando pela Inglaterra, Groenlândia, América do Norte e a costa atlântica inteira da Europa, seguindo pela Rússia até Bizâncio. Falavam grego fluentemente e sua infantaria estava entre as melhores do mundo.

Entre 1030 a 1040, servia em Bizâncio como varanger um viking chamado Harald. Segundo o costume, sempre que o imperador morria, o varanger tinha permissão para saquear o palácio. Harald servia à imperatriz .Zoe, que cultivava o hábito de estrangular os maridos na banheira. Graças a ela, Harald chegou a tomar Varie em três saques, acumulando grande riqueza.

Harald servia em Bizâncio ao lado de dois companheiros, Haldor Snorrason e Ulf Ospaksson. Haldor, filho de Snorri, o Padre, era reservado e taciturno. Ulf, seu oposto, era astuto e desembaraçado, tendo casado com a cunhada de Harald e tornado-se um grande 1íder norueguês. Gostava de discutir poesia grega e participava das intrigas palacianas. Entre suas companhias intelectuais preferidas estava Miguel Psellus, de quem Ulf acompanhou o trabalho de tradução do Al Azif, chegando a discutir o seu conteúdo como historiador bizantino. Segundo consta, foi durante a confusão de uma pilhagem que Ulf apoderou-se de vários manuscritos de Psellus, traduzidos para o grego. Ulf e Haldor retornaram à Noruega com Harald e, mais tarde, Haldor seguiu sozinho para a Islândia, levando consigo a narrativa do Al Azif. Seu descendente, Snorri Sturluaaon(1179-1241), a figura mais famosa da literatura islandesa, preservou essa narrativa em sua "Edda Prosista", a fonte original para o conhecimento da mitologia escandinava. Sabe-se que Sturlusson possuía muito material disponível para suas pesquisas 1ítero-históricas e entre esse materia1certamente estava o Al Azif, que se misturou ao mito tradicional do Ragnarok. Felizmente, Psellus ainda pôde salvar uma versão do Al Azif original, caso contrário, o Necronomicon teria sido perdido para sempre.

Ao que se sabe, não existe mais nem um manuscrito em árabe do Necronomicon, o xá da antiga Pérsia(atual Irã) levou à cabo uma busca na Índia, no Egito e na biblioteca da cidade santa de Mecca, mas nada encontrou. No entanto, uma tradução latina foi feita em 1487 por um padre dominicano chamado Olaus Wormius, alemão de nascença, que era secretário do inquisidor-mor da Espanha, Miguel Tomás de Torquemada, e é provável que tenha obtido o manuscrito durante a perseguição aos mouros. O Necronomicon deve ter exercido grande fascínio sobre Wormius, para levá-1o a arriscar -se em traduzí-lo numa época e lugar tão perigosos. E1e enviou uma cópia do livro a João Tritêmius, abade de Spanhein, acompanhada de uma carta onde se lia uma versão blasfema de certas passagens do Livro de Gênese. Sua ousadia custou-lhe caro. Wormius foi acusado de heresia e queimado numa fogueira, juntamente com todas as cópias de sua tradução. Mas, segundo especulações, ao menos uma cópia teria sido conservada, estando guardada na biblioteca do Vaticano.

Seja como for, traduções de Wormius devem ter escapado da Inquisição, pois quase cem anos depois, em 1586, o livro de Alhazred reapareceria na Europa.

O Dr. John Dee, famoso mago inglês, e seu assistente Edward Kelley, estavam em Praga, na corte do imperador Rodolfo II, traçando projetos para a produção de ouro alquímico, e Kelley comprou uma cópia da tradução latina de um alquimista e cabalista chamado Jacó Eliezer, também conhecido como ,"rabino negro", que tinha fugido da Itália após ser acusado de práticas de necromancia. Naquela época, Praga havia se tornado um ímã para mágicos, alquimistas e charlatões de todo tipo, não havia lugar melhor para uma cópia do Necronomicon reaparecer.

John Dee(1527-1608), erudito e mago elisabetano, pensava estar em contato com anjos e "outras criaturas espirituais", por mediação de Edward Kelley. Em 1555, já fora acusado, na Inglaterra, de assassinar meninos ou de deixá-los cegos por meio de mágica. É certo que Kelley tinha grande influência sobre as práticas tenebrosas de Dee, os anjos com os quais dizia comunicar-se, e que talvez só existissem em sua cabeça, ensinaram a Dee um idioma até então desconhecido, o enoquiano, além de outras artes mágicas. Se tais contatos, no entanto, foram feitos através do Necronomicon, é coisa que se desconhece. O fato é que a doutrina dos anjos de Dee abalou a moral da época, pois pregava entre outras coisas, o hedonismo desenfreado. Em1583, uma multidão enfurecida saqueou a casa de Dee e incendiou sua biblioteca.

Após tentar invocar um poderoso espírito que, segundo o vidente, lhes traria grande sabedoria, Dee e Kelley se separaram, talvez pelo fracasso da tentativa. Em 1586, Dee anuncia sua intenção de traduzir o Necronomicon para o inglês, à partir da tradução de Wormius. Essa versão, no entanto nunca foi impressa, passando para a coleção de Elias Ashmole(1617-1692), estudioso que transcreveu os diários espirituais de Dee, e finalmente para a biblioteca de Bodleian, em Oxford.

Por cerca de duzentos e cinquenta anos, os ensinamentos e escritos de Dee permaneceram esquecidos. Nesse meio tempo, partes do Necronomicon foram traduzidas para o hebreu, provavelmente em 1664, circulando em forma de manuscritos e acompanhados de um extenso comentário feito por Nathan de Gaza. Nathan, que na época contava apenas 21 anos, era um precoce e brilhante estudante da Torah e Talumud. Influenciado pelas doutrinas messiânicas judaicas vigentes na época, ele proclamou como o messias esperado a Sabbatai Tzavi, um maníaco depressivo que oscilava entre estados de transcendência quando se dizia que seu rosto parecia reluzir, e profunda frustração, com acessos de fúria e crueldade. Tais estados de ânimo eram tidos como o meio pelo qual Sabbatai se comunicava com outros planos de existência, como um Cristo descendo aos infernos, ou Orfeu, numa tradição mais antiga. A versão hebraica do Al Azif era intitulada Sepher ha'sha'are ha-Da'ath, ou o "Livro do Portal do Conhecimento". Tratava-se de um comentário em dois capítulos do livro de Alhazred. A palavra para conhecimento, Da'ath, foi traduzida para o grego na Bíblia como gnosis, e na Cabala tem o significado peculiar de "não-existência", sendo representada às vezes como um buraco ou portão para o abismo da consciência. Seu aspecto dual parece indicar uma ligação entre o mundo material, com sua ilusão de matéria física e ego, e o mundo invisível, obscuro, do conhecimento, mas que seria a fonte da verdadeira sabedoria, para aqueles que pudessem suportá-la. Isso parece levar ao Astaroth alquiímico e à máxima da magia, que afirma que o que está em cima(no céu) é como o que está em baixo(na terra). A ligação entre os dois mundos exigiria conhecimento do Abismo, abolição do ego e negação da identidade. De dentro do Abismo, uma infinidade de portões se abre. É o caos informe, contendo as sementes da identidade.

O propósito de Nathan de Gaza parece ter sido ligar o Necronomicon à tradição judaica da Cabala, que fala de mundos antigos primordiais e do resgate da essência sublime de cada ser humano, separada desses mundos ou submergida no caos. Ao lado disso, criou seu movimento messiânico, apoiado em Sabbatai Tzevi, o qual criou cisões e conflitos na comunidade judaica, conflitos que persistiram por pelo menos um século. Há quem afirme que uma cópia do Sha'are ha-Da'ath ainda existe, em uma biblioteca privada, mas sobre isso não há qualquer evidência concreta.

O ressurgimento do Necronomicon é constantemente atribuído ao escritor Howard Phillip Lovecraft, que fez do livro a base de sua obra literária. Mas não se explica como Lovecraft teve acesso ao livro de Alhazred, comprovando a teoria que o Necronomicon é um invensão de Lovecraft.

..]एकम् सत्. .

*ąĥïmşą*

ॐ Illusion World - Let The Cosmic Dance Begin ॐ

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