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«A sonda europeia Huygens está a chegar ao fim da sua longa viagem de sete anos até Titã, a maior das luas de Saturno. Separada da nave-mãe, a sonda Cassini (da NASA), desde o dia de Natal, a Huygens percorre neste momento sozinha, os derradeiros quilómetros até ao seu objectivo, onde chegará, se tudo correr como está previsto, amanhã, quando forem exactamente 10.07 (hora de Lisboa).

 

Para a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla inglesa) será um dos momentos da verdade mais importantes dos últimos anos. Esta é uma estreia do tipo «dois em um» para ESA a chegada ao mundo mais distante alguma vez visitado por uma sonda terrestre, mas também a primeira visita em directo a uma lua de outro planeta. Se tudo correr bem, será um sucesso sem precedentes para a ESA.

 

Considerado um dos objectos mais interessantes do sistema solar, Titã é um mundo cheio de segredos, que a atmosfera brumosa e opaca que o envolve, tem mantido por decifrar. A começar pela própria atmosfera. Os estudos já feitos, que os dados enviados pela sonda Cassini nos últimos meses ajudaram a confirmar, mostram que a composição da atmosfera de Titã é muito idêntica à da própria Terra há quatro mil milhões de anos, ou seja, quando a não tinha despontado ainda a vida aqui.

 

Daí que os cientistas ligados à missão, e toda a comunidade científica, aguardem com grande ansiedade e entusiasmo os resultados de amanhã.

 

Com uma série de instrumentos de leitura e análise a bordo, a Huygens vai mergulhar na atmosfera de Titã e descer através dela durante duas horas e meia, recolhendo dados sobre temperatura, composição química, dinâmica, velocidade dos ventos, actividade electromagnética, etc. para obter um perfil completo de uma coluna atmosférica até à superfície.

 

Todos estes resultados permitirão conhecer o «ar» daquele estranho mundo, mas também fazer uma espécie de viagem no tempo, ao momento em que a atmosfera terrestre era pré-biótica.

 

A superfície de Titã é outra incógnita. Até agora ainda não foi possível «romper» as densas nuvens que envolvem completamente esta lua distante. Crateras? Montanhas? Lagos de metano ou etano, lamas de ambos? Se a missão for bem sucedida (está previsto que a Huygens envie entre 3 minutos e meia hora de dados a partir da superfície), amanhã, a partir das 16.30, quando forem recebidos os primeiros dados (via Cassini) no ESOC (European Space Operations Centre), o centro de controlo da ESA, em Darmstadt (na Alemanha) se saberá.»

 

Será que é desta que encontramos um planeta similar à terra? Penso que daqui a poucos séculos ou até menos já teremos colónias noutros planetas, temos tecnologia ainda n temos é o planeta.

Vamos lá ver se a sonda n encontra por lá alguns Titãs :et:

"Só os que procuram o absurdo atingem o impossível."

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A preto e branco, a primeira imagem da superfície de Titã foi divulgada ontem, às 19h57. "Parece que se vê canais de drenagem", anunciava, no centro de controlo da Agência Espacial Europeia (ESA), em Darmstadt, na Alemanha, o americano Marty Tomaski, da Universidade do Arizona, que trabalha com o aparelho da sonda europeia Huygens que tirou as fotos. Parecem desfiladeiros a inundar a superfície, o que pode confirmar que há líquido.

 

A foto que ficará na história foi tirada pela Huygens, a 16 quilómetros de altitude, durante a descida pela atmosfera de Titã, a maior lua de Saturno. Cada "pixel" corresponde a quatro metros no solo. "Temos 350 imagens", contou Tomaski.

 

"É o fim de um dia maravilhoso. Vou lembrar-me dele para o resto da vida", dizia o director científico da ESA, David Southwood, que trabalha nesta missão desde 1982. "É uma imagem incrível. Há ali muita ciência. São imagens que vão dar muitos artigos científicos", comentou Jean-Pierre Lebreton, responsável científico pela Huygens. "É uma imagem absolutamente magnífica, que revela um mundo novo", acrescentava o director-geral da ESA, Jean-Jacques Dordain.

 

Na segunda imagem, mais perto da superfície, vêem-se várias estruturas arredondadas. Calhaus de Titã, será? Uma aterragem numa superfície sólida, em vez de um dos especulados lagos de metano? Há ainda uma terceira, sem que se perceba grande coisa. Mas é a primeira vez que se consegue vislumbrar alguma estrutura na superfície de Titã.

 

Um dia de expectativa

 

Foi o culminar de um dia de muita tensão e expectativa. Pela informação que ia chegando, as coisas pareciam ir de feição.

 

Antes do grande anúncio, pelas 17h20, explodiu a alegria entre os cientistas e engenheiros, da Europa e dos EUA, aglomerados no centro de controlo da ESA: palmas, abraços e sorrisos. Acabava de se confirmar que Titã, uma lua misteriosa por ter atmosfera e por nunca ninguém ter visto a superfície, tinha recebido a visita de um engenho humano.

 

É o mais longínquo mundo extraterrestre visitado. O primeiro mensageiro da Terra, uma sonda parecida com um disco voador, com 2,7 metros de diâmetro, aventurou-se pela atmosfera titânica pelas 9h00. Teve de suportar, com um escudo térmico, temperaturas superiores a 8000 graus Celsius, abrir na hora certa os três pára-quedas, fazer medições na atmosfera, resistir à chegada ao solo e a um frio de 180 graus Celsius negativos.

 

"É um evento histórico, para a posteridade", dizia Southwood, para todos os que se apinhavam na enorme sala. "Não vai ser possível, durante a vida dos que aqui estão, repetir a aterragem em Titã."

 

A três horas e meia de divulgar as imagens, houve quem tivesse de conter as lágrimas, como Alphonso Diaz, administrador da NASA, quando lembrou a longa jornada conjunta das duas agências espaciais. Tal como Southwood, trabalha há mais de 20 anos nesta missão.

 

A Huygens foi à boleia da sonda norte-americana Cassini até ao sistema se Saturno, que, no dia de Natal, a libertou para que pudesse embrenhar-se pelas brumas alaranjadas de Titã, que a tornam interessante para estudar as condições químicas da Terra antes do aparecimento da vida,

 

Foi também a Cassini que esteve a ouvir a Huygens durante os 147 minutos da travessia pela atmosfera e, já com a sonda lá em baixo, mais duas horas. Só então se virou para a Terra e transmitiu toda a informação, que começou a chegar cerca de uma hora depois. Quando se confirmou a recepção dos dados, todos se regozijaram.

 

Era a confirmação de que a missão tinha corrido bem. Havia pelo menos 30 minutos de dados recolhidos na superfície, disse Lebreton.

 

Mas já antes havia suspeitas de sucesso. Às 10h40, sinais de rádio, emitidos pela sonda, haviam sido captados por uma rede de radiotelescópios na Terra, apesar de serem mais difíceis de achar do que uma agulha num palheiro. "Parece que ouvimos o bebé a chorar. A sonda está viva", dizia Lebreton.

 

Para hoje, esperam-se não só imagens panorâmicas, tiradas durante a descida, como resultados sobre o registo de vários parâmetros da atmosfera e os seus sons.

 

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PIA07230-br500.jpgImagens, Videos e Info

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