Canas De Senhorim A Concelho

[uber]

Boas, só venho aqui mandar os parabens aos manifestantes de canas de senhorim! Gosto de ver que ainda ha gente que se junta, que diz não quanto acham que algo não está bem!

 

Não sei o que está por traz disso, só sei que sou contra ao que não é pro-povo! Sou contra quando alguns "superiores" conseguem ver velhinhos a serem esmagados por agentes da gnr e da psp e não conseguem ser mais humanos, não conseguem ver que por trás do dinheiro que o uranio rende, estão huamanos, que tentam chegar aos seu objectivos! Não conseguem ver que simplesmente querem pelo menos uma vontade? É pedir muito?

 

Eu estou aqui longe, nada tenho a ver com isso, não me faz diferença que seja concelho ou não! Só gostava a vontade do povo fosse ouvida com mais atençao..

 

FORÇA CANAS DE SENHORIM!!!

 

[kitsale]

! Só gostava a vontade do povo fosse ouvida com mais atençao..

Eu tb!! -_-

[Aerogel]

Fico meio aparvalhado a ver estas noticias, e mesmo entendendo o que o povo quer, não consigo concordar com a sua indignação. Em Portugal é pratica corrente subir o estatuto de um sitio, apenas por questões politicas ou de demografia.

 

Mas a pergunta salta-me sempre à ideia... porque será que uma aldeia, um local, uma vila, etc, poderão passar a ter um estatuto mais "elevado"? Quais as condições que fazem esta elevação ter alguma lógica?

 

Parece que aos politicos interessa o número. Quantos mais votantes, melhor. E as pessoas acompanham o raciocinio. Vou pegar num exemplo, puramente académico. A terra chamar-se-ia Lamenhã, por exemplo. Esta "aldeia", à uns anos era pequena e despovoada. No entanto, a sua presença à beira mar e o seu bom clima, fizeram com que mais pessoas a procurassem para viver. A natalidade tem aumentado, e hoje em dia, há muitas novas pessoas nesta terra. Tudo indicava que esta aldeia já podia ser uma vila, pois nela já moram mais de 20 mil pessoas... Lógico não?

 

Não me parece... não é por ter uma porção de país com muita gente por metro quadrado, que esse espaço tem condições para ser o que quer que seja. Ora vejamos, na china, onde a densidade populacional é a mais elevada do planeta, não temos que necessariamente ter cidades em todos os sitios onde há essa mesma quantisade elevada de pessoas. Seguindo essa ordem de ideias, todas as povoações da China seriam vilas ou cidades, apenas pela sua densidade populacional.

 

Mas quais serão os factores importantes para a elevação?

 

A meu ver, e seguindo critérios de outros países, ditos mais civilizados, as prioriadades teriam que assentar nas infra-estruturas.

 

Em Portugal vemos exactamente o contrário. Temos cidades sem bibliotecas, sem hospitais... e estes são apenas as infra-estruturas mais importantes. De primeira linha.

 

Quem não jogou jogos tipo "Civilization"? Lembram-se como se contruiam as grandes cidades? Era preciso ter um número minimo de serviços e edificios.

Porque não é usado aqui neste país tão liberal, uma politica identica?

 

Será que Canas de Senhorim, que quer ser elevada a concelho, terá essas infra-estruturas básicas? Terá um hospital capaz de responder à grande maioria dos problemas da sua população? Ou terão de ser transportados os doentes para concelhos vizinhos? Terá esta terra uma biblioteca municipal devidamente equipada? Bombeiros, policia, segurança social, proteção civil, tribunal, escolas várias que completem todo o ensino, desde o pré-primário até ao secundário? E faculdade? Industria, comércio... bons acessos, tanto terrestres como aéreos?

 

Estes e outros requesitos parecem-me tão mais importantes do que apenas um número...

 

A população quer a elevação da sua "terra" a concelho, por questões de atribuição de melhores subsidios, e uma maior entrada de dinheiros publicos para fazer as mais diversas coisas...

 

Mas mais uma vez, isto é uma pescadinha de rabo na boca... porque a politica está mal equacionada. Deveria funcionar ao contrário.

 

O dito "governo" devia investir nas pequenas povoações com propenção de crescimento, evidente pela explosão demográfica, ou por outros motivos, nas tais infra-estruturas. À medida que as povoações iam aumentando as suas instituições, poderiam então garantir as funções minimas para determinado estatuto.

 

De que serve um concelho que é concelho, mas que não tem um sistema auto-suficiente? De que serve a Canas de Senhorim ser um Concelho, se no caso de um problema grave a nível de saúde, por exemplo, um habitante tenha que ser transportado para uma cidade maior?

 

Fazendo uma analogia simplista, é mais ou menos parecido com ter um curso superior sem ter feito a escolaridade obrigatória.

[kitsale]

Em Portugal vemos exactamente o contrário. Temos cidades sem bibliotecas, sem hospitais... e estes são apenas as infra-estruturas mais importantes. De primeira linha.

Olha, tenho um belo exemplo disso aki ao pé. Fiães! Ou melhor, a Cidade de Fiães! Não tem nenhuma dessas infra-estruturas. Mas tem uma Casa do Povo ...e na altura que foi elevada a cidade, tinha uma "representante politica" no parlamento e a Srª decidiu "mexer os cordelinhos" e elevar a sua terra a Cidade!

 

O que é certo é que as infra-estruturas continuam a não existir por lá.

[Aerogel]

E então pergunto... para que serve uma cidade sem nenhumas condições para lá viver? Para quê uma cidade que não está no "presente" do país? Para quê uma cidade que não pode garantir aos seus habitantes, a mesma qualidade de vida, baseadas nas instituições que tem? Para quê viver numa cidade onde se me apetecer ir ao cinema, tenho que ir a outra? E se quiser ir ao hospital? Ou levar o meu filho à escola? E as perguntas continuariam.

[ghostly matari]

Concordo tens muita razão, cidade, num é apenas um titulo, mas sim um privilegio, e para o merecer é nesseçario ter condições!!!!!

 

ps. já estão bem? hehe

[spock]

Talvez por essas pessoas quererem essas condições.....pois para passarem a concelho teriam de assegurar o minimo de condições. Não acho mal eles lutarem por isso...estão a lutar por o bem estar deles. Também não se passam atestados de incompetência assim á toa....as coisas são mal geridas neste nosso pais mas nem tanto o mar nem tanto a terra.

Eu também gostava que a minha terra fosse concelho caso lá vivesse, pois caso fosse era sinal que tinha ou iria ter todas essas condições sociais/infraestruturas que falas. Ainda por cima no interior ou melhor provincia, que para se ir a um hospital é necessário por vezes percorrer 100 km. Se uma das terras um pouco mais desenvolvidas(em comparação com as outras próximas), for concelho, é um bom sinal de desenvolvimento. Não sie se me tou a explicar bem mas acho que dá pra entender a ideia.

[Aerogel]

Mas o que acontece não é de forma alguma sinónimo de avanço. Passar ou não a conselho, apenas muda o titulo do sitio, e aumenta os fundos recebidos pelo governo. No entanto, esses fundos não serão nunca suficientes para criar alguma destas tão necessárias infra-estruturas. Temos vários exemplos em Portugal.

 

O titulo deve ser dado consoante o desenvolvimento do local, e este desenvolvimento deve ser sustentado pelo governo e pela gerencia do país. Se o governo não cria as condições necessárias, mesmo podendo, já que estamos numa comunidade, a europeia, e temos fundos para esse mesmo desenvolvimento, então é sinal que não se está a fazer o que está ao alcance dos nossos politicos.

 

A solução existe, apenas não é praticada, pois é mais importante ao governo ou à oposição, andar a saltar de cadeira, qual jogo de crianças. Crianças é o que se pode chamar a estes nossos politicos, não pelas suas capacidades, mas pela maneira infantil e despreocupada com que tratam um país que não cresce por causa de todos os problemas relativos à tentantiva de chegar ao poder. Temos uma politica bipolar, que não muda. Uma frase celebre, em forma de questão, do filme "Acordar para a vida" (Waking Life) e que tanto se adecua a esta situação é mais ou menos a seguinte... "queres o fantoche na mão esquerda, ou na mão direita?"

 

Isto não vai mudar, para já. Talvez precisassemos de uma maior impossição de valores da comunidade onde estamos actualmente inseridos...

 

Mas o problema, mais uma vez, está em nós, portugueses. Ainda continuamos a vibrar quando conseguimos concretizar os projectos mais parvos da actualidade. Continuamos a ser os maiores, pela árvore mais alta, pelo bolo rei mais comprido, pela feijoada em cima da ponte... mas e o resto? Porque não tentar ter a melhor biblioteca da Europa? Ou o melhor sistema médico? Ou ordenados compativeis com a inflação?

 

O português há muito que se sentou em casa, à frente à televisão, a ver a novela, o futebol e o big brother (actualmente a quinta das celebridades) e deixou de trabalhar, activa ou passivamente, para um futuro melhor. Paramos no tempo, e nas vontades. O espirito é "isto está mal, mas podia estar pior. Vou esperar, que um dia isto muda e voltamos a ser os maiores do mundo"... mas infelizmente, ou felizmente (pois as nossas vitórias devem-se a muito sangue derramado, à escravatura, etc.) já não somos o povo de há 500 anos atrás, e mesmo essas memórias, estão a ser esquecidas...

 

Se na altura dos descobrimentos, Portugal era o centro do mundo, hoje em dia, é mais uma provincia de Espanha, do que um país com um forte passado histórico. Basta ir a um país fora deste continente e tirar as teimas... "Portugal? Isso não é uma provincia de Espanha?" - Perguntam "eles"...

[WhyNauthy]

Se na altura dos descobrimentos, Portugal era o centro do mundo, hoje em dia, é mais uma provincia de Espanha, do que um país com um forte passado histórico. Basta ir a um país fora deste continente e tirar as teimas... "Portugal? Isso não é uma provincia de Espanha?" - Perguntam "eles"...

Pareçe impossivel mas é verdade. Cambada de ignorantes